Um dos contos do Livro Contos Espirituais de Hilda Roxo.
Esta História foi-nos contada pelo nosso Grande e Poderoso Chefe, que em uma de suas encarnações foi o personagem da presente, que constitui fato verídico.
"Eu era Rei de um opulento e importantíssimo País."
- Depois de certo tempo de meu Reinado, sempre que ia dar início ao despacho dos papéis relacionados com o que meu posto, escutava uma voz dizer-me que saísse dali e fosse andando, andando, andando ...
Escutava a voz, olhava, e não via nada, nem ninguém.
Eu escutava hoje, aquela voz paternal e amiga, que não me causava susto nem temor e no dia seguinte, àquela mesma hora, quando ia iniciar os meus afazeres no meu Gabinete particular, ouvia a mesma voz, que me dizia a mesma coisa.
E os dias foram-se passando, e sempre a repetição do mesmo aviso, até que um dia, atraído por uma Força estranha, e ouvindo a mesma voz, sem prevenir a ninguém, saí vestido com a roupagem de Rei, levando na cabeça a coroa, porém descalço.
Todas as pessoas que me viam passar descalço pensavam que eu havia enlouquecido e viam-se muitos grupos que criticavam a minha passagem, sem saberem o que me havia acontecido, onde iria naqueles trajes, sem prevenir ninguém, e sozinho como se fosse uma pessoa qualquer. Mas eu ouvia e sentia mesma Força dizendo-me que caminhasse sempre e eu cheio de fé e coragem obedecia e seguia sempre.
Ia passando sempre pelos povoados pertencentes ao meu Reino e os habitantes dos mesmos, que a princípio queriam me homenagear, desistiam por me verem descalço, dizendo entre si: - "O Rei ficou louco" e dirigiam-se para a Corte, a fim de saberem do que se tratava.
E eu caminhava sempre, subindo e descendo serras e montanhas e, quando me sentia cansado e com vontade de voltar ao meu Palácio, novamente aquela Força misteriosa me obrigava a caminhar sempre para a frente .
Com o decorrer do tempo a minha coroa já havia caído e quebrado. Minhas roupas encontravam-se rasgadas e, por fim, nos lugares onde eu passava já não me reconheciam mais como Rei.
Quando me sentia cansado pedia pousada a alguém e, eu sentindo fome; pedia comida e me serviam como se eu fosse um pedinte qualquer.
Nesse intervalo, no meu Reinado, não mais contavam comigo e como achassem que eu havia perdido o juízo, trataram de me arranjar um substituto para tomar conta do Trono e já não se falava mais em mim.
Depois de ter caminhado muitos dias, sem saber para onde me dirigia, impulsionado sempre pela mesma Força misteriosa, quando estava quase desistindo, pois já me sentia exausto e quase sem roupa, ao chegar ao cimo de uma Gigantesca Montanha, ouvi novamente a mesma voz falar-me e, com grande surpresa minha vi que aparecia um luz radiante, mostrando a direção que eu devia tomar.
Fiquei tão maravilhado com o esplendor daquele Foco Luminoso, que me esqueci de que estava cansado, quase nu, e cheio de coragem pus-me a caminho, seguindo sempre aquela luz celestial, e, quanto mais mais caminhava, mais vontade tinha de caminhar e nem lembrava mais de que era Rei, nem sentia fome, nem sede.
A única coisa que sentia, era vontade de andar, para que pudesse chegar o mais breve possível ao lugar onde estava aquela luz milagrosa.
Decorridos sete dias do aparecimento daquele Foco de Luz, ao transpor mais uma montanha, deparei com uma pobre cabana e dentro um berço improvisado, feito de palha onde se achava deitada uma linda criança, pois tinha sido ali ali, naquele lugar tão humilde, que havia nascido o nosso Chefe Supremo "Jesus".
Sendo eu o primeiro a chegar aquele recanto sagrado, e vendo aquela encantadora criança que acabava de nascer abri uma caixinha que levava comigo e continha alguma coisa de meu uso, e passei no umbigo daquele inocente, sem saber de quem se tratava e então só depois, foi que verifiquei que aquela luz que me guiara tão maravilhosamente àquele local, partia da cabeça encantadora criança.
Pouco tempo depois, chegaram outros, que, como eu, foram guiados até ali, mas que eu desconhecia, e que também não sabiam quem era a criança, nem o que tinham ido ali fazer.
E estávamos muito bem, admirando aquele inocente, quando a mesma Força que me havia guiado até ali, ordenou-me que voltasse novamente ao meu Reinado. Eu não queria voltar, pois tudo ali era de uma beleza inexplicável; não se sentia fome, não se precisava de roupa e não se sentia outra coisa que não fosse alegria e prazer. Porque haveria de sair daquele Paraíso , para voltar novamente ao meu Reino, ter que suportar tanta gente diferente dos que ali estavam?
Eu não queria de maneira nenhuma voltar, mas como a mesma Força insistisse, eu sem saber porque, obedeci como da primeira vez. Muito triste, despedi-me dos que ali se achavam e voltei sozinho para o meu país. Ia pensando como havia de chegar naquele estado miserável em que me encontrava, quase nu, com fome, maltratado e sabendo que quando eu passasse todos me chamariam de louco.
Quanto mais eu andava, mais vontade tinha de voltar para perto daquela criancinha que tanto me encantou, mas sentia que tinha que obedecer a Força misteriosa que me guiava novamente ao meu Reino.
Depois de muito andar, entrei no meu País; olhava para o meu povo e via que ninguém me dava mais importância, e nem me conheciam mais como seu Rei.
Chegando ao meu Palácio, quis entrar mas logo encontrei meus próprios soldados e vassalos que me proibiram de o fazer.
Perguntaram-me o que eu queria e quando lhes respondi que era o Rei que tinha voltado, enxotaram-me, dizendo que eu era um maluco. Procurava contar-lhes o que me havia acontecido e ninguém me dava atenção; faziam grandes galhofadas e quanto mais procurava convencê-los que era o Rei, mais eles me criticavam dizendo: - vá embora idiota, que o nosso Rei está lá dentro no Trono! Onde já se viu um maltrapilho, descalço ser Rei?
Depois de sofrer os maiores vexames em meu próprio Reinado, e desesperado de não me acreditarem, pois já tinham até outro Rei, resolvi voltar para onde se achava aquela encantadora criança e, depois de muito caminhar, consegui chegar e me senti tão feliz que não tinha pesar de haver perdido tudo que possuía. Comecei, então a compreender que aquele Entezinho, que ali havia nascido numa humilde cabana, era uma entidade superior, e nesse pensamento puro senti a intuição de que ali, naquela pobreza, achava-se o nosso "Chefe Supremo!"
Consegui também compreender, que tinha sido mandado novamente ao meu Reinado para poder conhecer melhor os homens e como tinha de seguir junto a "Jesus", era necessário que eu voltasse aquele povoado, para melhor cumprir minha missão.
E daí, então, comecei nova vida como o primeiro Mago.
Com o decorrer de minha missão muitas vezes voltei ao mundo materializado, onde, umas das vezes, vim como partícula de São Pedro.
Esta História, foi-nos contada pelo nosso Grande Chefe Wandu, no dia de São Pedro, no ano de 1943, dirigindo-se inicialmente, a um de nossos irmãos, que cumprindo ordens, foi naquele dia até ao nosso recanto Sagrado, vestido com uniforme externo, porém descalço, por ter esse Irmão cometido uma falta, cuja reparação foi-lhe exigido esse ato de humildade, que veio a de servir de "tema" para essa belíssima e maravilhosa revelação do nosso idolatrado Chefe "Wandu".
Linda essa história.
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